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Antiga Rodoviária de Londrina
Entre o final da década de 1940 e início de 1950 houve uma transformação de Londrina. O pequeno vilarejo se fortaleceu na área comercial devido as empresas e indústrias que foram se instalando na região central. Diante deste cenário e o aumento populacional, a prefeitura começou a ter preocupação com o uso e ocupação do solo. Não demorou muito tempo para que construções modernas surgissem na cidade substituindo a arquitetura de madeira. As construções que foram surgindo nos anos 40 e 50 em Londrina eram desenvolvidas com base nos volumes prismáticos, uso do concreto armado, vidro, rampas e revestimentos em pastilhas cerâmicas.
É neste contexto que é construído o projeto para a Rodoviária de Londrina 1948, que posteriormente se torna Museu de Artes (1993). O projeto foi desenvolvido pelos os arquitetos Vilanova Artigas e Carlos Castaldi, convidados pelo prefeito da época, Hugo Cabral.
É um exemplar de uma fase em que o Artigas dialoga com a arquitetura carioca com a influência de Oscar Niemeyer e também com a arquitetura moderna de Le Corbusier. Posterior a esta fase, Artigas tornou-se conhecido por sua Arquitetura Brutalista, influenciando grandes nomes como Paulo Mendes da Rocha.
Londrina trouxe uma grande oportunidade profissional a Artigas. É clara a influência de Le Corbusier no caso da cobertura invertida, herdada da Casa Errazuriz, também é fácil encontrar a influência de Niemeyer nas cascas ondulantes.
A antiga Rodoviária de Londrina é composta por um bloco em forma de trapézio de quatro pavimentos, interligados por escadas e rampas e a presença de um conjunto de sete cascas de concreto armado em forma de abóbada é uma das características mais marcantes da edificação. O contraste entre linhas curvas e linhas retas, a transparência da fachada em vidro, que gera integração do ambiente interno e externo.




O conjunto de cascas de concreto propicia uma leveza estrutural e visual para o conjunto. Na fachada norte foi adotada a cortina de brise soleil para proteção solar. Na fachada sul, já que a incidência de sol é menor, foi proposto esquadrias de ferro e de grandes panos de vidros transparentes, buscando dialogar com o desenho esbelto e leve da marquise em concreto armado.